O negócio já começou a ser testado no exterior e acaba de chegar ao Brasil
A produção dessas casas se assemelha a uma impressão 3D de um objeto comum, porém tudo em larga escala. O material utilizado é feito à base de concreto chamado de Lavacrete. Com ele, o robô consegue imprimir todas as paredes das casas, que têm metragens entre 200 e 250 metros quadrados. Por conta da construção seguir modelos programados no computador, a tecnologia tem uma margem mínima de erro e, com isso, toda a parte hidráulica, elétrica e de telhada é pré-moldada e encaixada posteriormente. Apenas a fundação e acabamentos são feitos de modo tradicional.
Além da celeridade da obra, que permite uma execução dez vezes mais rápida do que a tradicional construção em alvenaria, também existe um ganho significativo no investimento de mão de obra, já que o trabalho exige apenas operadores da máquina. Além disso, todo o processo da obra é realizado com muito menos desperdício, mais limpeza e menos risco de acidente, deixando um ambiente pronto apenas para receber os acabamentos finais. Todo esse ganho de tempo e custo com mão de obra e insumo de material são enormes e acabam impactando diretamente no bolso do consumidor final. As casas do novo bairro em Georgetown foram comercializadas entre US$ 400 mil (1,9 milhão) e US$ 599 mil (R$ 2,8 milhões) em 2023 e cada uma demorou em torno de 3 semanas para serem finalizadas.
A empresa por trás dessa novidade engenhosa é americana Icon Vulcan que se apresenta como uma empresa de tecnologia e engenharia de precisão e rapidez. Os vídeos das obras, com suas impressoras gigantes que pesam mais de 4 toneladas, parecem até coisa de ficção. Isso nos faz refletir sobre o potencial de transformação e do impacto dessa tecnologia no mercado imobiliário e na sociedade de um modo geral, principalmente em países como o Brasil, que têm déficits habitacionais tão grandes, passando de 6 milhões de domicílios. Aqui no país, aliás, a Hom3D, uma empresa de Cinop, em Mato Grosso, começa a dar seus primeiros passos para operar nesse mercado de impressão de casas por meio de engenharia e tecnologia próprias. Ainda aguardando algumas certificações para iniciar a operação, a start-up divulgou recentemente que já consegue produzir casas de aproximadamente 70 metros quadrados pelo sistema.